​"Cabe-nos a tarefa irrecusável, seriíssima, dia a dia renovada, de - com a máxima imediaticidade e adequação possíveis - fazer coincidir a palavra com a coisa sentida, contemplada, pensada, experimentada, imaginada ou produzida pela razão." Goethe​

ÀS MARGENS DE MIM



Hoje busquei refrescar
a febre de minhas digitais.

Como é doce a simplicidade
e doce também
esse tempo de contemplação
entre as águas do rio e eu.

Longe de me comparar a Narciso
despida de qualquer beleza ou vaidade.

Apenas entregue a margem, que me têm
e camufla bem,
a profundidade de minhas sombras.

E este manter-se a margem
é como uma simbólica absolvição
por tudo o que eu vejo 
e não reconheço.

Atraso a lágrima no ensaio de um riso,
aceitando-me ser tão pequena...
Na verdade, sou sim
uma grande falha humana.

Lumansanaris
Imagem: Google


6 comentários:

Anônimo

Poetisa, quando a leio, sinto enorme vontade de pega-la no colo, veja bem, isso, digo, como um pai.
Se isso tudo for falha, então o mundo carece dessas ?falhas humanas?
Muito grato, Roberto T.

Anônimo

Magnifico, o seu poema! Adorei!

Antenor Rosalino

A tua sentimentalidade toca fundo o coração de quem tem o privilégio de te ler, Lumansanaris. E a tua humildade é tão imensa que, a introspecção do teu pensar poético te faz sentir até mesmo uma falha humana. Ah! Que bom seria se o mundo fosse povoado por falhas humanas assim. Meus aplausos, querida amiga, e um abraço com a ternura de sempre.

Anônimo

Amar-se e reconhecer-se nessa verdade é algo que ajunta e dorme no colo! Lindíssimo seu Poema, Poeta!

Anônimo

São elementos de enorme sensibilidade que faz desses versos algo que faz juntar tudo e dormir no colo!

Sonya Azevedo

Sem palavras. Magnífica inspiração que singra nos movimentos delicados e serenos de um riacho doce. Amiga tentei ir no blog da Vivi e deu branco no link. Dá para me enviar? Beijo no coração

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