Os
olhos se vendo,
consentidos
de esperanças,
caminham
apenas amor.
E
sendo amor, enxergam
a
forma mais bonita que se há de ver.
E
passa a compreender, antes da fala
e
crer, sem a necessidade dos altares.
É
reconhecido, mansa e naturalmente,
pois
que traz consigo algo sempre novo
para
o que era antigo,
sempre
íntimo de céu e salvação.
Acorda
necessidades, mas nunca subtrai,
pois
que é todo evolução,
alimenta, porque é pão
e
multiplica, porque também partilha.
Sonha
em si a graça do outro,
na
realidade do sempre
querer
mais; ainda que tendo tudo,
sabendo
o quão grande
é sua sorte.
Não
conta os dias, apenas contempla
os
aromas de cada estação,
coroando
com paz
e
crucificando com algum cuidado.
Pois
que é maduro e humilde,
destes
que chora todas as lágrimas do mundo
sem
medo de ser ridículo, sem temer os perigos,
pois
que muito maiores são os risos
e
ainda maiores os seus frutos.
E
se vê diante de tanto para viver,
percebendo
o quanto o mundo é pequeno,
afaga-se
nos braços infinitos
do
mais virtuoso círculo que possa
existir.
...E
o chama de família
e
passa a viver por ela todos os dias
porque
não há melhor justificativa,
porque
não há melhor razão.
Sentindo-se
integrado ao universo,
exalta
paz e gratidão,
sabendo-se
capacitado para vencer
todos
os caminhos e desafios.
Porque
sempre ganha,
ainda
que tenha que perder,
na
certeza da bem aventurança.
E
cala querendo dizer,
porque
o gesto é a melhor linguagem
e
diz querendo aquietar-se
porque
mais que a palavra, o timbre da voz
pode
ser a canção que afaga
e
a atitude que salva.
E
erra tentando acertar,
acertando na falta de intenção
e erra tentando aprender,
acertando
novamente ao buscar
de si, a
melhor versão,
por
sempre saber que o sempre
é
construção.
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